segunda-feira, 5 de abril de 2010

6. Foco Estratégico

O líder da recuperação precisa enxergar a estratégia sob perspectiva eminentemente pragmática, já que as questões estratégicas de uma empresa em dificuldade geralmente são diretas e não excessivamente complexas. As primeiras fases do processo de recuperação raramente exigem uma percepção estratégica mais profunda.

No entanto, muitos especialistas acreditam que, durante a recuperação, é razoável seguir abordagens de gestão estratégica convencionais, experimentadas e testadas. Embora possa parecer antiquado aplicar ferramentas e técnicas desenvolvidas por Michael Porter e outros das décadas de 70 e 80, os dados históricos mostram que seus conceitos práticos e relativamente simples tem uma aplicação muito abrangente nas situações de recuperação. Sabemos que a abordagem à estratégia de empresas deve ser direta e com enfoque nas questões críticas. Alguns dos pensadores mais contemporâneos abordam questões as quais são mais relevantes para organizações que passam por renovação ou procuram liderança global. Essas idéias tem uma importância limitada para uma empresa que não está, por exemplo, em condições de pagar os salários do mês seguinte.



A estratégia corporativa somente é relevante para uma organização diversificada quando representa um plano para todo o grupo, abordando com qual portfólio de negócios deveria estar e como esse deveria ser gerido.

Cada unidade de negócio dentro de um grupo diversificado tem a sua própria estratégia competitiva. A estratégia da unidade de negócio aborda as questões de quais segmentos de produto-mercado a empresa deve competir e como criar vantagem competitiva em cada um deles, considerando o cenário e o mercado em que está inserida.

Percebemos que muitas organizações ficam extremamente confusas quando tentam articular uma estratégia. Um motivo para essa confusão é a nomenclatura. As estratégias são normalmente confundidas com políticas, metas ou objetivos, programas, entre outros. Vamos elucidar algumas definições de forma a facilitar esse entendimento:

  • Estratégia é o esquema ou plano que integra as principais metas, políticas e plano de ação de maneira integrada e coesa. Uma estratégia bem formulada ajuda a reunir, alocar e posicionar os recursos de uma organização de maneira distinta e viável, baseada nas suas relativas competências e deficiências internas, nas mudanças esperadas no ambiente e nas ações contingentes de oponentes inteligentes;
  • Metas ou Objetivos descrevem o que pode ser atingido e quando os resultados serão obtidos, mas não descrevem como estes serão alcançados. Metas principais são aquelas que afetam a direção geral da empresa, as amplas premissas de valor pelas quais luta e os objetivos organizacionais de maneira geral que estabelecem a natureza pretendida do empreendimento, igualmente são denominadas de Metas Estratégicas;
  • Políticas são regras ou diretrizes que expressam os limites dentro dos quais a ação deve ocorrer; e
  • Programas especificam a seqüência passo a passo das ações necessárias para atingir os Objetivos Principais. Expressam como estes serão atingidos dentro dos limites estabelecidos pela Política.

Hélder Uzêda Castro
Consultor de Negócios da Lex Consult - www.lexconsult.com.br
Consultor de Gestão Empresarial da Oficina de Empresas

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