quinta-feira, 29 de abril de 2010

Gerência de Produtos – Marketing


Dentre todas as definições utilizadas para Marketing, nos Sistemas Produtivos, a mais aceita é a de que se trata de um conjunto de tarefas relacionadas à criação, promoção e fornecimento de bens e serviços a clientes, visando satisfazer suas necessidades e desejos. Tomando-se essa definição como ponto de partida e considerando que o gosto e a preferência dos consumidores estão em constante mutação, fica claro que a gerência de produtos de uma empresa busca, com relativa freqüência, desenvolver novos conceitos, produtos ou modelos, para contribuir com a manutenção ou melhoria de sua vantagem competitiva, ou seja, sua posição no jogo de forças do mercado.

Com isso, ocorre o clássico conflito entre as áreas de marketing e produção: enquanto a primeira tem como meta imediata o atendimento ao cliente por meio de ofertas quase personalizadas, a segunda se interessa e, normalmente, busca a produção em escala e em variedade limitada. O marketing também se preocupa com os prazos de entrega (ainda que sejam de pedidos solicitados com atraso pelo cliente), bem como com a qualidade e a aparência estética do produto, potenciais zonas de atrito com a área de produção.

A gerência de produtos também se relaciona frequentemente com outras áreas sob o regime e a supervisão do marketing, por exemplo, para obter dessas informações oriundas de pesquisas de mercado ou para definir estratégias de distribuição e de comunicação para um determinado produto.

Hélder Uzêda Castro
Consultor de Negócios da Lex Consult - www.lexconsult.com.br
Consultor de Gestão Empresarial da Oficina de Empresas

sábado, 24 de abril de 2010

Agenda - X Fórum Brasil de Direito


A Múltipla realiza, em Salvador, nos dias 21 e 22 de maio de 2010, o X Fórum Brasil de Direito.

Maiores informações:

www.portalmultipla.com.br

Equipe Oficina de Empresas

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Informatização de Redes de Saúde - Definindo Objetivos

Uma parte importante do processo de informatização das Redes de Saúde é entender que a informatização é meio e não fim, ela existe para viabilizar uma melhor assistência para o cidadão e uma gestão mais eficiente da rede por parte dos gestores. Esta afirmação parece óbvia, mas tenho presenciado, e não é só na saúde, diversos processos onde as questões tecnológicas ganham tal dimensão que se tornam mais importantes que os objetivos iniciais. Por isso é tão importante a definição clara dos objetivos a serem alcançados. Além de um guia importante em todas as fases futuras, reduzirá a possibilidade da tecnologia superar o cidadão ou a gestão em importância durante o processo.

O Brasil é um país plural, que apresenta uma grande diversidade cultural e o sistema de saúde reflete esta pluralidade e diversidade, pois encontramos redes de saúde em todas situações possíveis entre o caos completo e um serviço digno, humanizado e que cumpre com louvor seu papel na sociedade. Em geral os sistemas de saúde estão no meio termo: diria que são razoáveis, operando com dificuldade, mas operando, pois existem dificuldades de informações, recursos de toda ordem, pessoas e processos.

A informatização da saúde vai contribuir com a solução das dificuldades de informação e processos, então o município deverá solucionar os problemas de recursos e pessoal antes de começar a pensar em informatização, ou na pior das hipóteses durante, mas nunca deixar para depois, pois não é possível se pensar em uma rede informatizada que não tem médicos e profissionais de saúde para prestar o atendimento, ou as unidades possuem uma estrutura de operação completamente inadequada.

Partindo do pressuposto que as dificuldades de pessoal e estrutura estão equacionadas, ou em vias de, começamos a pensar na informatização e vem a primeira pergunta: Por onde começar?

Com isso voltamos aos objetivos, e acredito que alguns bons objetivos iniciais são:

  1. Criar o cadastro único dos cidadãos;
  2. Acompanhar o cidadão no uso dos recursos da rede;
  3. Proporcionar um melhor acompanhamento da saúde dos cidadãos para melhorar a prevenção;
  4. Controlar o acesso a rede de média e alta complexidade através da regulação do acesso;
  5. Controlar a referência e contra-referência;
  6. Implantar protocolos de atendimento que viabilizem um melhor acompanhamento da saúde dos cidadãos;
  7. Criar o Prontuário Único dos Cidadãos; e
  8. Obter informações para melhor direcionar os processos de gestão.


Com certeza outros surgirão, e após acordarmos a lista completa de objetivos entramos na fase 2: Priorização.

Considerando que os recursos são limitados e a necessidade é grande, precisamos escolher por onde começar a desenhar nosso projeto, e como “administrar é fazer escolhas”, temos que começar a priorizar.

Roberto Gordilho
Diretor de Sistemas de Saúde Pública da MV - www.mv.com.br

www.robertogordilho.com.br

terça-feira, 20 de abril de 2010

Gerência de Produtos x Gerência de Produção


Há muitos pontos de intersecção entre as atividades diárias de gerência de produto e de produção. Muitas vezes, gerências de produto precisam disputar o mesmo espaço de produção, pois é comum uma mesma unidade fabril atender a diversas demandas internas de fabricação. Nesses casos, o problema a ser solucionado em conjunto entre as áreas de produto e os responsáveis pela linha de produção refere-se às filas de espera impostas pelo sequenciamento de produto, que deve obedecer tanto a critérios de racionalização da produção quanto de atendimento das demandas internas e externas.

Às gerências de produto e produção, cabem também decisões quanto ao tamanho ideal de lotes, isto é, quantidades mínimas a serem produzidas: lotes muito grandes do ponto de vista da área de vendas podem equivaler à quantidade mínima econômica para a produção. Para o estabelecimento do volume ideal de produção, devem ser consideradas variáveis como tempo de preparação de máquinas e equipamentos, de troca de ferramental (matrizes etc.) e de tamanho de estoques (matéria-prima, insumos e material secundário, produtos não-acabados e acabados, entre outros).

Outras vezes, o problema que envolve as duas áreas em análise está ligado à distinção na maneira de avaliar o desempenho de cada uma: normalmente, a gerência de produtos é julgada pela eficácia dos resultados gerados, empenhando-se, por isso, em atender bem aos clientes, para tornar ou manter as transações externas rentáveis; a produção, por sua vez, é avaliada por critérios de eficiência, como grau de aproveitamento de máquinas e equipamentos, o que leva a dar primazia à produção de itens de menor complexidade e passíveis de gerar maior volume final.

Hélder Uzêda Castro
Consultor de Negócios da Lex Consult - www.lexconsult.com.br
Consultor de Gestão Empresarial da Oficina de Empresas

segunda-feira, 19 de abril de 2010

A importância da Gerência de Produtos


O crescimento da competitividade empresarial e o aumento da diversidade de produtos ofertados no mercado colocam a atividade de gerenciamento de produto em um lugar de destaque na estratégia corporativa. Sua importância e complexidade aumentam de acordo com a dimensão do mix de produtos oferecido por uma organização.

A relevância que pode assumir a função de gerência de produtos é clara, principalmente em grandes empresas, nas quais a diversidade da oferta exige o desenvolvimento de estratégias diferenciadas para o posicionamento de cada produto em mercados específicos. A formulação de tais estratégias envolve aspectos de comunicação, canais, precificação, nível de serviços, entre outras variáveis essenciais ao processo de marketing.

Para amenizar as dificuldades inerentes à administração de amplas variedades de produtos e adequar a estratégia da organização aos diversos segmentos de mercado, as empresas classificam seus produtos em diferentes famílias a atribuem sua gestão aos gerentes de produto. Esses profissionais devem ser capazes de identificar as necessidades e os desejos dos consumidores atuais e potenciais e criar uma solução que ofereça a melhor relação custo/benefício, proporcionando à empresa um posicionamento vantajoso diante das estratégias da concorrência.

Hélder Uzêda Castro
Consultor de Negócios da Lex Consult - www.lexconsult.com.br
Consultor de Gestão Empresarial da Oficina de Empresas

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Agenda - 8º Fórum Brasil de Administração


A Múltipla realiza, em Salvador, nos dias 07 e 08 de maio de 2010, o 8º Fórum Brasil de Administração, evento que, desde a sua primeira edição, busca acompanhar as tendências do mercado e fomentar a discussão entre seus participantes.

Maiores informações:

http://www.portalmultipla.com.br/

Equipe Oficina de Empresas

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Imagem Empresarial – parte II

Depois de muito tempo (mas por uma causa justa: a defesa da Tese do meu Doutoramento), volto a falar de imagem empresarial.

Em primeiro lugar, vale a pena lembrar, nas palavras de Deonir de Toni, que “as imagens constituem um dos materiais intelectuais mais importantes do homem, sendo capazes de influenciar e direcionar o seu comportamento”. Daí, a importância das empresas entenderem qual é a imagem que seus stakeholders possuem delas.

Igualmente é importante ter-se a consciência que a imagem que as pessoas formam de uma organização, de marca e de produtos dessa, passa a funcionar, para esses indivíduos, como um conjunto de dados interligados, de forma que, cada vez que pensarem no nome dessa empresa, vários dados serão imediatamente lembrados, por já fazerem parte do modelo mental que representa tal corporação para aquelas pessoas.



A formação desse conjunto de dados dependerá fundamentalmente:

  • das informações que têm sobre a organização;
  • da maneira pela qual adquiriram essas informações;
  • da forma individual que se tem de agrupar essas informações em categorias;
  • da percepção da ligação entre essas informações e outras, já existentes na memória de cada um desses indivíduos;
  • da percepção da ligação dessas informações entre si; e, por fim,
  • do modo pessoal de acessar as informações, de recuperar os dados que constituem os modelos, para dessa forma pensar sobre eles.


Professora Dra. Marta Cardoso de Andrade
Consultora em Comunicação Organizacional

Link do Currículo do Sistema de Currículos Lattes - CNPQ

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Aspectos Jurídicos da Recuperação de Empresas - Brasil

A situação das empresas que se encontram em crise econômica é regida pelo Direito Falimentar. As leis de falência tem historicamente o papel de organizar o pagamento dos credores de forma a dividir proporcionalmente entre eles o produto da venda dos ativos de um devedor insolvente, evitando, assim, a discrepância no recebimento de créditos. Ao longo dos anos, o uso e a aplicação dessas leis renderam-se à percepção de que destruir um negócio e vender os seus bens para satisfazer aos credores pode ser um grande equívoco. Uma empresa, mesmo insolvente, pode gerar riquezas que ultrapassam em muito o valor dos seus bens. Além disso, um negócio funcionando, mesmo com atividades reduzidas, pode ter um valor de mercado muito superior ao da soma dos bens que o compõe.


As organizações em dificuldades econômicas podem implantar medidas que visam à sua recuperação sem precisarem se submeter a um dos processos previstos na Lei Falimentar.

A Lei 11.101/05 de 09.02.2005 foi bem recebida por advogados, juízes e empresários, esses últimos sendo credores ou devedores. A cooperação entre credores e devedores tem sido fundamental para o êxito da Lei. Ademais, a mesma tem sido interpretada de forma saudável pelo Poder Judiciário, que tem se preocupado em garantir o equilíbrio das partes e se abstido de intervir em aspectos econômicos das negociações. A Justiça tem se mostrado cooperativa e não se imposto como um obstáculo à recuperação das empresas viáveis. Ao mesmo tempo, os juízes não tem se sensibilizado com devedores que buscam o assistencialismo estatal para protegê-los da falência nos casos em que os credores rejeitam as medidas propostas para a recuperação.

A economia moderna não pode deixar de disciplinar corretamente a insolvência como condição de crescimento econômico. O Brasil se apresenta, hoje, também nesta área, como um país consciente desta necessidade.

Hélder Uzêda Castro
Consultor de Negócios da Lex Consult - www.lexconsult.com.br
Consultor de Gestão Empresarial da Oficina de Empresas

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Informatização de Redes de Saúde - Como Começar?

Tenho acompanhado através da leitura de editais, visitas, e discussões com diversas secretarias municipais de saúde uma série de processos de informatização e/ou tentativa de informatização da Rede de Saúde, entendendo aqui de forma bem simplória, e apenas para efeito de discussão “Rede de Saúde” como sendo o conjunto de unidades de saúde de um determinado município.

Em geral, os processos tem cometido o pecado clássico que vários outros setores da economia cometeram no passado em maior ou menor escala, que é acreditar que o simples processo de informatização (disponibilização de computadores, um sistema de gestão e algum treinamento) vai resolver todos os problemas de administração e gestão da rede, inclusive os até então insolúveis como baixa qualidade do atendimento.

Quando convidado a discutir a informatização de uma rede de saúde, a primeira coisa que pergunto é: Qual o objetivo a ser alcançado? Qual a nossa meta? Neste ponto normalmente a resposta é: Informatização de 100% da nossa rede (resposta bem padrão e sem nenhuma criatividade), e eu tento reformular a pergunta: Qual o objetivo da informatização de 100% de nossa rede? Que benefícios esperamos alcançar com este processo?

Este questionamento é particularmente importante para podemos elaborar o projeto que nos direcione no sentido de alcançar os objetivos esperados (que podem ser descritos por etapas), e normalmente depois de muita discussão onde diversos, às vezes dezenas, de benefícios são descritos, concluímos que para alcançar estes objetivos precisamos trabalhar mais duas dimensões além de tecnologia: processos e pessoas.

O processo de informatização de uma rede de saúde é um trabalho complexo que deve envolver a reestruturação do modelo de operação, pois a dinâmica de funcionamento do processo informatizado é bastante diferente do modelo manual, onde as informações disponíveis são precárias, estão em papel, e em 100% dos casos referem-se apenas as informações coletas dentro da própria unidade, seja pela recepção, pelos Agentes Comunitários de Saúde (no caso de PSF) ou pelos profissionais de saúde (principalmente médicos e enfermeiras).

O processo envolve uma grande mudança cultural, pois a partir deste momento toda a informação coletada na unidade estará disponível para consulta (respeitando todas as restrições legais de acesso) em todos os pontos de atenção. Esta mudança equivale à mudança que aconteceu alguns anos atrás no sistema bancário quando deixamos de ser clientes de agencias e passamos a ser clientes de bancos, ou no comércio quando deixamos de ser clientes de uma loja e passamos a ser clientes da rede, de uma hora para outra todas as unidades tinham acesso on-line as nossas informações.

Em um nível mais evoluído do processo começamos a acompanhar a movimentação do nosso cidadão na utilização dos diversos serviços, e abre-se neste ponto um conjunto maior de possibilidades, pode-se através do Complexo Regulador (falaremos disso em outro post) gerenciar o acesso deste cidadão à rede proporcionando o uso mais racional dos recursos, e garantindo o acesso a quem mais precisa e não mais a quem chegou primeiro, ou tem mais “amigos”.

Para ter sucesso no processo o primeiro ponto a ser considerado é que nossos objetivos devem ser primariamente objetivos de rede, que sem dúvida se desdobrarão em objetivos de unidades, mas sempre nesta ordem, devemos pensar a rede como um todo, considerando todas as suas características e particularidades (serviços, disposição geográfica, população, ambiente, nível de educação da população, etc.).

Roberto Gordilho
Diretor de Sistemas de Saúde Pública da MV - www.mv.com.br

Agenda - Fórum Você RH - Gestão Estratégica de Saúde

O que há de novo para identificar e gerenciar a saúde corporativa.
Dia 16/04/2010 em São Paulo/SP.

Maiores informações:

www.forumvocerh.com.br

Equipe Oficina de Empresas

terça-feira, 6 de abril de 2010

Personalidade: Michael Porter

Michael Porter é considerado atualmente o mais importante guru da administração e maior autoridade mundial em estratégia competitiva. É professor da Escola de Negócios de Harvard, onde lidera o programa para novos presidentes de empresas que tenham um faturamento superior a US$ 1 bilhão e também o Institute for Strategy and Competitiveness. É quase uma lenda viva, seja no meio acadêmico, seja no meio empresarial. Estudou na Universidade de Princeton, onde se licenciou em Engenharia Mecânica e Aeroespacial. Obteve um MBA e um doutoramento em Economia empresarial, ambos em Harvard, onde se tornou professor, com apenas 26 anos.

Foi consultor de estratégia de muitas empresas norte-americanas e internacionais e tem um papel ativo na política econômica. Do seu trabalho resultaram conceitos como a análise de indústrias em torno de cinco forças competitivas, e das três fontes genéricas de vantagem competitiva: diferenciação, baixo custo e focalização em mercado específico.

Equipe Oficina de Empresas

Agenda - XV CONAD 2010

O XV Congresso Nacional de Administração - Gestão de Talentos Pessoais - acontecerá entre os dias 16 e 18 de setembro de 2010 em Goiânia/GO.

Maiores informações:

Equipe Oficina de Empresas

segunda-feira, 5 de abril de 2010

10. Reestruturação Financeira


O objetivo geral da reestruturação financeira é atingir uma estrutura entre dívida e capital social que permita à empresa implementar seu plano de recuperação, cumprir com todas as suas obrigações no passivo e, quando possível, financiar o redirecionamento estratégico. Fora da situação de recuperação, a principal responsabilidade dos gestores é aumentar o valor para os acionistas. Por outro lado, quando em recuperação, os procedimentos priorizam a conquista da estabilização da crise.

A necessidade de reestruturação financeira gera uma real demanda de um plano de recuperação pelas partes interessadas provedores de recursos financeiros, podendo muito bem levá-las a estabelecer precondições para que a empresa obtenha o seu apoio. Não é incomum, por exemplo, elas demandarem mudanças na liderança.

Na reestruturação financeira, a condição ideal é que os interesses da equipe de gestão sejam totalmente alinhados aos dos acionistas e que a gestão seja bem recompensada no sucesso da recuperação. Esse reconhecimento é devido ao esforço necessário para preparar e transformar em realidade um plano bem articulado de salvamento. O gestor da recuperação bem-sucedida e sua equipe merecem ter reservada a eles uma determinada porcentagem de participação acionária. No final das contas, eles são os mais importantes dos dez ingredientes-chave do processo de recuperação do valor e da performance da empresa.

Hélder Uzêda Castro
Consultor de Negócios da Lex Consult - www.lexconsult.com.br
Consultor de Gestão Empresarial da Oficina de Empresas

9. Implementação do Plano de Negócio

O fato de que há muitas recuperações corporativas de sucesso é evidência de que o caminho nem sempre é difícil. Para alguns profissionais, a capacidade executiva para “fazer as coisas acontecerem” é um processo natural, mas a maioria das organizações, particularmente aquelas em dificuldades, possui poucos gerentes com essa característica.

A implementação inicia-se no primeiro dia da recuperação. As circunstâncias específicas típicas de uma situação de recuperação – pressão por tempo, informações inconsistentes, falta de recursos e complexidade de problemas inter-relacionados – não permitem que cada iniciativa individual seja executada na sequênca ideal de análise, planejamento, implementação e monitoração. Devem ser conquistados ganhos rápidos, especialmente com ações incisivas ao caixa, antes mesmo que um esboço de plano de negócio tenha sequer sido produzido.

O estilo de implementação depende dos recursos disponíveis, da disposição para a mudança e da gravidade da crise. Esse processo envolve uma mistura do comando autoritário com a arte da persuasão, uma vez que os benefícios da mudança podem não estar totalmente visíveis para todos e que a mudança abalará o equilíbrio entre grupos de influência e de poder na organização independentemente de sua forma.

Muitos especialistas acreditam que os quatro fundamentos de uma implementação bem-sucedida são:
  • responsabilização;
  • mensurabilidade;
  • definir objetivos realistas e acessíveis em termos de prazo, qualidade e custos; e
  • clareza no resultado almejado.

Hélder Uzêda Castro
Consultor de Negócios da Lex Consult - www.lexconsult.com.br
Consultor de Gestão Empresarial da Oficina de Empresas

8. Melhorias de Processos Críticos

A interrupção ou disfunção de processos-chave durante a entrega de produtos-serviços nos respectivos prazos e custos esperados são sintomas comuns de empresas em dificuldade. Se não tratados, como acontece muitas vezes, tornam-se uma causa de declínio e desempenham um papel importante na formação de uma espiral negativa, na qual com certa frequência entram empresas com resultados não-satisfatórios. Esta negligência não é proposital, resulta de uma mudança no grau de atenção que esses recebem por parte da gestão quando o declínio se manifesta e as considerações financeiras tornam-se prementes. É por esse motivo que planos de recuperação efetivos tem de incluir o “fazer melhor as coisas” (melhoria de processos) bem como o “fazer as coisas melhores” (estratégias de redirecionamento). É por isso também que é raro encontrar uma rápida solução, “tapa buraco”, a qual seja viável.



Melhorias do processo em recuperações são voltadas para o processo de:
  • geração de demanda;
  • fornecimento à demanda; e
  • apoio.

Temos visto recuperações falharem porque o gestor responsável pelo processo sabe como o negócio deveria operar e parte imediatamente para a introdução de mudanças visando atingir o nível das melhores práticas. Uma característica da recuperação, entretanto, é a considerável turbulência encontrada em todos os níveis da organização; não sendo incomum notar que o suporte necessário para efetivar essas melhorias tenha se dissolvido enquanto a crise avançava. O esgotamento dos recursos representa um risco à efetivação das mudanças nos processos em larga escala e o gestor da recuperação, antes das decisões de maior impacto, precisa reconstruir essa base que será a sustentação funcional de todo o projeto.

Os objetivos de qualquer melhoria de processo desenvolvida e implementada em uma situação de recuperação devem ser o de salvaguardar o caixa e o cumprimento das expectativas para com os clientes no menor custo para a organização. A melhoria normalmente ocorrerá nas três dimensões seguintes:

  • melhoria de custo;
  • melhoria na qualidade; e
  • melhoria de tempo.

Os componentes críticos de um plano bem-sucedido de melhoria de processo requerem:

  • entendimento e adesão daqueles que os implementarão;
  • comportamentos que dão prioridade aos objetivos corporativos mesmo se estes contrapõem-se frontalmente aos objetivos departamentais;
  • melhorias que são suscetíveis de medição por meio de indicadores-chave de desempenho;
  • melhorias dos processos que estejam alinhados à estratégia de recuperação; e
  • foco nos processos que são críticos: primeiro para a sobrevivência e depois para a reabilitação.


Hélder Uzêda Castro
Consultor de Negócios da Lex Consult - www.lexconsult.com.br
Consultor de Gestão Empresarial da Oficina de Empresas

7. Mudança Organizacional


Quase todas as recuperações corporativas de sucesso envolvem significativa mudança organizacional – mudança da estrutura organizacional, das pessoas, dos processos e dos sistemas – por meio de uma forte liderança da parte dos gestores da empresa. Um plano de recuperação nunca será bem sucedido se não forem efetuadas mudanças organizacionais apropriadas que consintam na sua efetiva implementação. O ponto de partida da mudança organizacional é a nomeação de um oportuno gestor para o processo e da sua equipe de recuperação.

Há quatro componentes de mudança organizacional que um gestor de recuperação precisa considerar:

  • estrutura organizacional;
  • pessoas;
  • desenvolvimento e competências; e
  • termos e condições de trabalho.

Os efeitos combinados da forte liderança e da adaptação dos quatro componentes da mudança organizacional conduzirão a uma nova cultura organizacional a qual, em curto prazo, acarretaria em uma mudança de comportamento e que, em longo prazo, geraria uma mudança nos valores corporativos.

A mudança organizacional não deveria ser contemplada como uma estratégia de recuperação de curto prazo, exceto sob condições especiais. Muitas vezes, diz-se que fazer mudança organizacional é mais arriscado do que fazer mudança estratégica, o que não poderia ser mais verdadeiro em uma situação de recuperação na qual a atenção deve ser toda direcionada aos problemas econômicos enfrentados pelo negócio.

A mudança organizacional requer considerável aprendizagem por parte da empresa. Isso demanda tempo e esforço da gestão, algo que parece ser escasso nos primeiros estágios de uma recuperação.

Hélder Uzêda Castro
Consultor de Negócios da Lex Consult - www.lexconsult.com.br
Consultor de Gestão Empresarial da Oficina de Empresas

6. Foco Estratégico

O líder da recuperação precisa enxergar a estratégia sob perspectiva eminentemente pragmática, já que as questões estratégicas de uma empresa em dificuldade geralmente são diretas e não excessivamente complexas. As primeiras fases do processo de recuperação raramente exigem uma percepção estratégica mais profunda.

No entanto, muitos especialistas acreditam que, durante a recuperação, é razoável seguir abordagens de gestão estratégica convencionais, experimentadas e testadas. Embora possa parecer antiquado aplicar ferramentas e técnicas desenvolvidas por Michael Porter e outros das décadas de 70 e 80, os dados históricos mostram que seus conceitos práticos e relativamente simples tem uma aplicação muito abrangente nas situações de recuperação. Sabemos que a abordagem à estratégia de empresas deve ser direta e com enfoque nas questões críticas. Alguns dos pensadores mais contemporâneos abordam questões as quais são mais relevantes para organizações que passam por renovação ou procuram liderança global. Essas idéias tem uma importância limitada para uma empresa que não está, por exemplo, em condições de pagar os salários do mês seguinte.



A estratégia corporativa somente é relevante para uma organização diversificada quando representa um plano para todo o grupo, abordando com qual portfólio de negócios deveria estar e como esse deveria ser gerido.

Cada unidade de negócio dentro de um grupo diversificado tem a sua própria estratégia competitiva. A estratégia da unidade de negócio aborda as questões de quais segmentos de produto-mercado a empresa deve competir e como criar vantagem competitiva em cada um deles, considerando o cenário e o mercado em que está inserida.

Percebemos que muitas organizações ficam extremamente confusas quando tentam articular uma estratégia. Um motivo para essa confusão é a nomenclatura. As estratégias são normalmente confundidas com políticas, metas ou objetivos, programas, entre outros. Vamos elucidar algumas definições de forma a facilitar esse entendimento:

  • Estratégia é o esquema ou plano que integra as principais metas, políticas e plano de ação de maneira integrada e coesa. Uma estratégia bem formulada ajuda a reunir, alocar e posicionar os recursos de uma organização de maneira distinta e viável, baseada nas suas relativas competências e deficiências internas, nas mudanças esperadas no ambiente e nas ações contingentes de oponentes inteligentes;
  • Metas ou Objetivos descrevem o que pode ser atingido e quando os resultados serão obtidos, mas não descrevem como estes serão alcançados. Metas principais são aquelas que afetam a direção geral da empresa, as amplas premissas de valor pelas quais luta e os objetivos organizacionais de maneira geral que estabelecem a natureza pretendida do empreendimento, igualmente são denominadas de Metas Estratégicas;
  • Políticas são regras ou diretrizes que expressam os limites dentro dos quais a ação deve ocorrer; e
  • Programas especificam a seqüência passo a passo das ações necessárias para atingir os Objetivos Principais. Expressam como estes serão atingidos dentro dos limites estabelecidos pela Política.

Hélder Uzêda Castro
Consultor de Negócios da Lex Consult - www.lexconsult.com.br
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5. Desenvolvimento do Plano de Negócio

Ao se considerar o momento de crise, pode ser interpretado como luxo perder tempo com o desenvolvimento e a documentação de um plano de negócio detalhado, especialmente se a empresa estiver em sérias dificuldades, mas ele é crucial no processo de recuperação.

O tempo investido na elaboração do “como fazer” deve ser proporcional ao tamanho e à complexidade da empresa.


O plano de negócio torna-se o foco de toda a atividade futura a curto e médio prazo da organização. Ele demonstra detalhadamente a estratégia de recuperação para todos os funcionários. Também estabelece a estratégia de resgate para as partes interessadas.

Para o seu desenvolvimento, seguindo abordagens de uma consultoria convencional, será necessária uma equipe de coordenação central com a função de administrar as atividades de subgrupos multidisciplinares, cada qual com foco em uma área específica da empresa. Esses últimos serão responsáveis pela identificação das principais oportunidades de melhoria, bem como pela especificação das iniciativas adequadas de recuperação dentro de suas áreas, sendo sujeitos às diretrizes gerais definidas pela coordenação.

Um plano de negócio é um documento fundamental para qualquer empresa em recuperação. É um resumo do cenário atual do negócio; seus planos estratégicos, financeiros e operacionais, sendo um guia de “como fazer” para alcançar os objetivos estabelecidos. Geralmente, é elaborado para atender às necessidades de um amplo público formado pelas partes interessadas. Basicamente, um plano de negócios deve incluir:
  1. Resumo executivo;
  2. Histórico da empresa;
  3. Análise do ambiente externo;
  4. Apresentação detalhada das estratégias de recuperação da empresa;
  5. Análise operacional;
  6. Planos de ação;
  7. Projeções financeiras;
  8. Processo de implementação; e
  9. Avaliação dos riscos.


Hélder Uzêda Castro
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