domingo, 28 de fevereiro de 2010

Crises Empresariais

Definir o que vem a ser uma crise no âmbito organizacional, atualmente, é um pouco mais complicado do que simplesmente afirmar que é um evento imprevisível e com danos desastrosos.

Diante disso, entendemos como crise qualquer catástrofe séria que pode ocorrer de maneira natural ou como resultado de um erro meramente humano, advindo de intervenção não intencional ou até mesmo com propósito criminal. Pode incluir devastação tangível, resultando de vidas e ativos, ou a intangível, como é o caso da perda de credibilidade empresarial ou outros danos de reputação.

Qualquer empresa – não importando porte, setor ou localização – pode envolver-se, em algum momento de sua existência, em algum tipo de crise a qual, provavelmente, ocorrerá da forma mais branda a mais devastadora. A forma como a organização estará preparada para enfrentá-la ou a capacidade de superar esse processo com o mínimo de perda e arranhão de imagem é o que fará toda a diferença, determinando, inclusive, a sua permanência no mercado.

Estar preparado para uma crise e fornecer respostas rápidas a essa, hoje em dia, é mais uma das competências essenciais demandadas aos gestores e é uma postura esperada das corporações.

Professora Dra. Marta Cardoso de Andrade
Consultora em Comunicação Organizacional

Link do Currículo do Sistema de Currículos Lattes - CNPQ

A Gestão da Recuperação

Uma situação de recuperação não tem definição comum e reconhecida no universo corporativo. Normalmente, é uma circunstância em que uma empresa ou unidade de negócio se encontra, na qual a performance de resultados ou de indicadores demande ações corretivas ou de melhoria com efeitos imediatos (curto prazo) sem comprometer a continuidade das suas operações. Usualmente, a lucratividade de tais empresas, como indicada pelo retorno sobre o capital investido, é significativamente inferior do que aquela projetada para o seu setor.

Uma empresa com dificuldade de caixa, com certeza, demanda ações de recuperação, mas é perfeitamente possível para essa precisar de abordagens de Recuperação do Valor e da Performance sem a rigor estar com dificuldade de honrar seus compromissos de curto prazo. Uma análise mais ampla permite reconhecer que existem sintomas os quais podem levá-la à falência bem antes que uma crise de liquidez venha a se estabelecer. Tais empresas estão frequentemente com os negócios estancados, equipamentos subutilizados, equipe superdimensionada, esforço de marketing insuficiente, custos elevados, controle financeiro inadequado e gestão ineficaz. Se um negócio está vulnerável e com esses sintomas, bem como não se submete a uma estratégia de recuperação, uma crise acaba se deflagrando diante da inabilidade dos gestores de reconhecerem, em tempo, a urgência de se tomarem as medidas necessárias para adaptar a sua empresa e suas operações ao dinâmico mercado no qual atua. A lucratividade por si só não é medida confiável para identificar ou prever uma situação de crise ou necessidade de recuperação.

Uma empresa orientada ao crescimento e que tenha superado as expectativas muito rapidamente pode continuar sendo razoavelmente lucrativa, mas ao mesmo tempo passar por uma série crise de liquidez. Uma recuperação sustentável exige que a empresa desenvolva vantagens competitivas sólidas e consistentes. Essas são importantes estruturas de base para se desenvolver uma estratégica de negócios viável e defensável.

É comum pensar que o papel primordial do líder da recuperação é o de cortar custos no curto prazo, entretanto, isso se trata de um equívoco. A imprensa especializada tem promovido esse mito de que o consultor em recuperação é um tipo de “general aniquilador corporativo” com objetivo de “localizar e exterminar”. As recuperações empresariais de sucesso lidam com aspectos estratégicos e operacionais. Planos de resgate compreendem a mudança de estratégia, o corte nos custos e o avanço nas receitas. A perspectiva é tanto de curto como de longo prazo. O presidente da empresa deve enfrentar ambos os aspectos friamente racionais quanto os calorosamente humanos da organização, com o objetivo de superar a crise instalada. Somente através desta abrangente visão é que os quatro objetivos da maioria das situações de recuperação podem ser atingidos, são eles:

•assumir o controle e gerenciar estrategicamente a crise imediata;
•reconstruir o relacionamento e recuperar a confiança das partes interessadas;
•reestruturar o negócio; e
•garantir e promover um aporte financeiro.

Hélder Uzêda Castro
Consultor de Negócios da Lex Consult - www.lexconsult.com.br
Consultor de Gestão Empresarial da Oficina de Empresas

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Por que recuperar uma empresa?

A Gestão da Recuperação do Valor e da Performance Empresarial exercem papel crucial no desenvolvimento econômico e social de um país, uma vez que visam assegurar a continuidade dos negócios corporativos devolvendo a sua lucratividade e viabilidade, além de continuar a contribuir na geração e manutenção de empregos. Visam igualmente evitar a imputação de perdas aos diferentes credores e investidores.

O planejamento de recuperação de empresas apresenta alguns desafios peculiares que precisam ser considerados e abordados por todas as pessoas envolvidas nesse processo. As características e competências executivas necessárias à gestão empresarial em situações de recuperação são bem diferenciadas daquelas de outras fases no ciclo de vida de uma empresa. Trata-se de um dos projetos mais nobres e importantes dos gestores, visto a dificuldade empreendedora para se criar valor a partir de um sonho ou de uma oportunidade de negócio.

Hélder Uzêda Castro
Consultor de Negócios da Lex Consult - www.lexconsult.com.br
Consultor de Gestão Empresarial da Oficina de Empresas